Contrastes

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Kátia Armini

Contrastes

A missão da locutora e apresentadora, Kátia Armini é de emitir notas curtas e interpretar fatos recentes mantendo nosso leitor bem informado.

09 de agosto de 2025
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Por Kátia Armini (Texto escrito para a abertura do Conexão Empresarial/Rádio Caraípe FM)

Você já ouviu o ditado: “É o olho do dono que engorda o gado”? Pois é… a atenção cuidadosa para o que você escolhe olhar muda tudo.

É claro que você sabe que não estamos falando da mera observação de algo.

Dar atenção é cuidar, investir, administrar…

Tudo o que recebe sua atenção… cresce.
Tudo o que é ignorado… murcha.

Dê atenção à sua empresa, e ela prosperará.
Dê atenção à sua esposa, e ela florescerá.
Dê atenção ao seu marido, e ele se fortalecerá.
Dê atenção à sua família, e ela se unirá.
Dê atenção a uma atividade, e ela se multiplicará.

Mas atenção…
Se você colocar seu foco na dor, ela se tornará insuportável.
Se olhar apenas para o problema, ele aumentará.
Se mirar na solução… ela surgirá.

talvêz por isso a Bíblia orienta para que coloquemos atenção somente a tudo que é bom, agradável e de boa fama. Se algum mérito há, disso se ocupe nosso pensamento. Esse texto é fantástico!

O psicólogo William James já dizia: “A experiência que você chama de vida é, essencialmente, aquilo para o que você presta atenção.”
Ou seja: a qualidade da sua vida é a qualidade do seu foco.

Pense num empresário que acompanha de perto seu negócio: observa o atendimento, cuida do estoque, conversa com os clientes, inspira a equipe… É nesse momento que o negócio floresce.
E quantas lojas de família não mudaram de patamar só porque o dono decidiu olhar mais para o cliente e menos para o celular?

Na família é igual.
Quantas vezes uma criança precisava apenas disso: atenção. Só atenção. E, de repente, a birra sumiu, o choro cessou, o comportamento melhorou.
O psicólogo Içami Tiba dizia: “Amor se escreve com tempo: tempo de qualidade, tempo de escuta, tempo de atenção.”

Agora pense no inverso:
Quantos casamentos esfriaram porque alguém se sentiu invisível?
Quantas empresas quebraram porque o dono se afastou demais?
Quantos talentos morreram porque ninguém os enxergou?

Atenção é cura.
Atenção é energia.
Atenção é vida.

Mas atenção também pode ser veneno…
Se você a dá para o que não importa, perde o que realmente importa.

O autor Daniel Goleman, referência mundial em inteligência emocional, afirma: sem atenção não há produtividade, empatia, criatividade ou liderança.

Então, reflita agora:
No que — ou em quem — você tem colocado a sua atenção?
Porque é simples: onde você coloca sua atenção, sua vida floresce… ou adoece.

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07 de agosto de 2025
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O Peso do Chapéu Pontudo – Quando o Lucro Fala Mais Alto que a Verdade

Chapéu pontudo, caldeirão fervendo, vassoura à porta.

Hoje, são símbolos de fantasia.
Mas em séculos passados, essa imagem foi usada como sentença — não de magia, mas de eliminação comercial.
Essas mulheres não preparavam feitiços.
Elas produziam um dos produtos mais populares e lucrativos da Europa medieval: cerveja.

Durante muitos séculos, a produção de cerveja foi uma atividade majoritariamente feminina.
Era comum ver viúvas, solteiras e donas de casa fabricando a bebida em casa,
vendendo nas portas ou nos mercados locais.
Com um caldeirão, alguns grãos e seu conhecimento ancestral, elas garantiam o sustento próprio.

Mas a prosperidade dessas mulheres não passou despercebida.
Com o crescimento das cidades, a cerveja virou um negócio altamente rentável.
E onde há lucro, há disputa.

À medida que a bebida se transformava em atividade comercial organizada,
homens começaram a se apropriar do setor, organizando guildas, associações e leis que excluíam as mulheres da atividade econômica.
Mas como afastar aquelas que sabiam fazer melhor, que dominavam a arte há gerações?

Criou-se um rótulo, um estigma.

Passaram a retratá-las como perigosas, devassas, promíscuas.
Criaram a “bruxa”.

  • O caldeirão, que antes era usado para fermentar a bebida, virou símbolo de magia obscura.
  • A vassoura, que indicava que havia cerveja à venda, passou a ser associada a voos noturnos.
  • O chapéu pontudo, que ajudava a identificar as cervejeiras nos mercados, tornou-se ridículo e ameaçador.
  • Até o gato, que protegia os grãos dos ratos, foi transformado em sinal de pacto com o mal.

A lógica era simples e cruel:
transformar a concorrente em ameaça, a mulher em bruxa,
para que o mercado ficasse livre… e o lucro intacto.

Esse teatro macabro não matou apenas sonhos.
Matou vidas.

A história registra que milhares de mulheres foram perseguidas, torturadas e executadas sob acusações de bruxaria.
Nem todas eram cervejeiras, é verdade,
mas muitas foram vitimadas por se destacarem — por saber, por fazer, por gerar renda.

E o que isso tem a ver conosco, séculos depois?

Tudo.

Porque quando interesses econômicos se unem à ignorância e ao preconceito,
o resultado é sempre o mesmo: injustiça.
E a injustiça, uma vez aceita, se repete em novas formas.

Foi assim com as cervejeiras.
Foi assim com os judeus na Alemanha nazista.
Foi assim — e ainda é — com tantos outros grupos silenciados por não servirem à lógica do lucro ou do poder.

Por isso, o Conexão Empresarial faz um convite:

Vamos aprender a discernir.
A enxergar para além das narrativas prontas.
A não aplaudir linchamentos — nem reais, nem simbólicos.
A não permitir que a ambição de poucos apague a dignidade de muitos.

O mundo já sofreu demais com o silêncio de quem sabia.
Que nunca mais o riso vire fogueira.
Que nunca mais o mercado valha mais que a vida.

E que, da próxima vez que alguém disser “é só uma bruxa”…
…você se lembre:
pode ser apenas uma mulher — ou um homem — tentando viver… e empreender.

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10 de julho de 2025
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Por: Kátia Armini 

Por muito tempo, falar sobre alianças políticas internacionais era assunto restrito a diplomatas e analistas geopolíticos. Mas os tempos mudaram. Hoje, qualquer cidadão minimamente atento consegue perceber que o Brasil não caminha apenas por decisões econômicas ou técnicas, mas por sinais ideológicos claros e, muitas vezes, preocupantes.

Desde que voltou ao Planalto, o presidente Lula tem adotado uma política externa que afaga ditaduras e relativiza violações de direitos humanos com a mesma facilidade com que critica democracias liberais.
Chamou de “narrativa antidemocrática” o colapso institucional da Venezuela.
Defendeu Xi Jinping e o uso do yuan em vez do dólar, criticando abertamente a moeda americana.
Relativizou a guerra na Ucrânia, evitando condenar Putin, e reatou laços com regimes fechados como Irã e Cuba, sempre em nome de um discurso de “soberania” que, no fundo, mascara uma afinidade ideológica desconfortável com o autoritarismo.

Há quem diga que é apenas pragmatismo. Que o Brasil precisa diversificar seus parceiros, buscar alianças fora do eixo EUA–Europa, que são mercados exigentes e decadentes.
Mas os fatos contam uma história diferente. O que se vê é um governo que não apenas se aproxima por necessidade, mas se alinha politicamente, com entusiasmo e até reverência, aos regimes menos comprometidos com valores democráticos. Isso vai além da diplomacia: é um recado simbólico.

E enquanto o país se dobra a essas alianças internacionais questionáveis, a realidade interna se agrava.
A carga tributária atinge níveis recordes.
Os empresários estão sufocados, as políticas públicas escassas, a fila do INSS cresce, e os investimentos em saúde e educação diminuem.
Por outro lado, a propaganda do governo segue em alta, vendendo uma reconstrução que não chegou à ponta, que não toca o povo. É um governo que comunica, mas não executa; que aparece, mas não transforma.

Durante a pandemia — sob críticas justas e injustas — o Brasil superou expectativas. O agro cresceu, o setor externo respondeu, e o país mostrou resiliência. Hoje, paradoxalmente, com um governo que prometia paz e progresso, vemos uma nação sufocada por impostos, instabilidade institucional e discursos que mais parecem servir a interesses externos do que ao povo brasileiro.

Não, não é exagero dizer que vivemos uma espécie de autoritarismo disfarçado, onde o cidadão comum sente medo de opinar, onde empresas fecham em silêncio e onde o Estado parece cada vez mais obeso, mas ineficiente.
O alinhamento com ditadores não é apenas um erro diplomático — é uma declaração simbólica de intenções.

Lula não está sendo empurrado para isso por uma retração dos Estados Unidos. Está escolhendo esse caminho. E essa escolha é perigosa. Para nossa imagem no mundo. Para nossa democracia. E, principalmente, para nós, brasileiros, que continuamos esperando um governo que governe — de verdade — para o Brasil.

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30 de abril de 2025
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Dizem que não é possível crescer sem ser criticado. Que a presença de inimigos é um dos sinais mais evidentes de que estamos saindo da média. Será isso verdade? Vamos pensar juntos.

A história da humanidade — da filosofia à ciência, da política à arte — mostra que toda grande ascensão foi acompanhada de resistências. Platão foi ridicularizado. Sócrates foi condenado. Jesus foi perseguido, torturado e morto. Galileo foi julgado. A lista é longa. Cada nome que ecoa até hoje enfrentou, à sua época, não apenas críticas, mas hostilidade.

Isso mesmo, quem fez história andou na contramão da maioria.

O psicólogo Abraham Maslow, ao formular a Hierarquia das Necessidades Humanas, apontava que, após atender às necessidades básicas, o ser humano busca a autoatualização — ou seja, realizar o seu potencial máximo. E ele alertava: o processo de autoatualização gera desconforto não apenas interno (medo, insegurança), mas externo — atrai oposição, inveja, críticas. Isso acontece porque o crescimento individual desafia o status quo coletivo. Quem cresce desperta nos outros a lembrança incômoda de seus próprios medos e estagnações.

Nietzsche também nos deu uma pista poderosa sobre isso ao afirmar:

Quem tem uma razão para viver pode suportar quase qualquer como.

Quando alguém avança com propósito, inevitavelmente esbarra em pessoas que não querem, não sabem ou não conseguem fazer o mesmo. Muitas vezes, a perseguição é apenas o eco da incapacidade dos outros de lidar com o próprio fracasso. Como diz o ditado: ninguém joga pedras em árvore que não dá fruto.

A psicologia social mostra que o ser humano tende a se sentir ameaçado por mudanças em seu grupo social. Um estudo clássico, o Efeito da Ameaça do Status (Sullivan, Landau & Rothschild, 2010), demonstrou que, ao ver um membro do grupo prosperar rapidamente, as pessoas menos seguras reagem com hostilidade. Isso porque o crescimento alheio evidencia as próprias falhas ou medos de mudança.

Então, sim: há base teórica sólida para afirmar que crescer gera perseguição. Mas é preciso entender: não é a perseguição que nos define; é a nossa resposta a ela.

Agora, quero propor uma reflexão mais pessoal para você:

Imagine que sua vida é como a escalada de uma grande montanha. Quando você está na base, cercado por centenas de outras pessoas, ninguém o incomoda. Todos estão no mesmo nível. Mas à medida que você escala, a multidão vai rareando. Fica mais frio, mais difícil. E os que ficaram para trás olham para cima — uns torcendo por você, outros esperando sua queda.

Às vezes, a perseguição vem como pedras atiradas do vale. Mas também pode vir disfarçada — em ironias, em pequenos boicotes, em sorrisos fingidos. E é aí que você precisa se lembrar: o que te trouxe até aqui não foi a aceitação dos outros, foi a sua determinação.

Crescer é doloroso. Como é doloroso para uma águia ensinar seu filhote a voar, empurrando-o para fora do ninho. O filhote cai, sofre — mas é esse sofrimento que desperta a habilidade de voar.

Assim também somos nós.
A dor da rejeição, da crítica, da perseguição, é a dor do crescimento.
E se você for fiel a si mesmo, se não perder sua essência, vai perceber que essa dor é apenas a parteira que anuncia o nascimento de uma nova versão sua: mais forte, mais madura, mais livre.

Isso quer dizer que: crescer sem ser odiado é tão improvável quanto acender uma luz e não atrair olhares. Não que devamos buscar inimigos — jamais. Mas precisamos compreender que a presença deles é, muitas vezes, o atestado do nosso avanço.

Portanto, da próxima vez que a perseguição bater à sua porta, respire fundo e diga a si mesmo:
“Estou no caminho certo. Meu crescimento é maior que o medo dos outros. E meu destino é muito mais alto do que a opinião deles pode alcançar.”

É mais fácil criticar quem ousa subir do que reunir coragem para escalar.

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29 de novembro de 2024
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O pronunciamento de Fernando Haddad sobre o corte de gastos foi mais do que um jogo político. Foi uma estratégia cruel e sofisticada, que se aproveita da falta de entendimento econômico da população para apresentar algo que parece positivo, mas que, na realidade, é um golpe contra os menos favorecidos.

É cruel porque, ao manipular as expectativas do povo, o governo reforça uma narrativa enganosa que faz com que muitos continuem apoiando políticas que, na prática, desconsideram suas necessidades. Isso perpetua um ciclo de abandono e engano que atinge exatamente quem mais precisa de proteção.

Haddad iniciou o discurso com um elenco de supostas vitórias do governo, criando uma atmosfera de otimismo. Essa introdução não foi acidental; foi uma estratégia cuidadosamente pensada para suavizar a recepção do anúncio dos cortes. A mensagem era clara: antes de entregar a má notícia, conquiste o coração do público.

Mas a crueldade não parou por aí. Ao omitir as áreas que seriam sacrificadas — saúde, educação, programas sociais e aumento do salário mínimo — o governo evitou uma reação imediata e canalizou a atenção para outro ponto: a taxação dos “super ricos”. Isso foi astuto. Durante anos, a narrativa de que os ricos são os vilões da sociedade foi martelada, condicionando o povo a acreditar que sua maior ameaça está no topo da pirâmide econômica.

E aí vem o golpe final: ao anunciar que pessoas com rendimentos acima de R$ 50 mil passarão a pagar uma alíquota mínima de 10%, Haddad induziu a população a pensar que estava sendo defendida. Mas a verdade é que essa medida é simbólica e insuficiente para resolver os problemas estruturais do país. Enquanto isso, o trabalhador, que recebe um salário mínimo de R$ 1.500, mal percebe que seu patrão paga cerca de R$ 4.128 para mantê-lo empregado. E para onde vai a diferença? Para o governo, que agora retira ainda mais de áreas essenciais para manter privilégios e luxos inalterados.

Essa estratégia é, acima de tudo, um desrespeito à inteligência do povo. Não é apenas uma questão de economia; é uma questão de dignidade. O discurso não trouxe soluções reais; trouxe engano, manipulação e um futuro ainda mais difícil para quem já luta para sobreviver.

Em resumo, por trás da aparente defesa dos interesses do povo, o que vimos foi uma jogada política que perpetua desigualdades e sacrifica as necessidades básicas em prol de uma narrativa conveniente. Enquanto o governo pede mais sacrifícios, o trabalhador continua pagando a conta — e ainda é levado a acreditar que isso é para o seu próprio bem.

O corte precisa ser feito – não tem como evitar que muito desse corte impacte prioridades, mas, a forma como ele foi apresentado foi manipulativa e os privilégios não foram cortados. Com relação a valores, Hadad omitiu mas eles foram trazidos à tribuna pelo Deputado Federal Professor Cláudio Branchiere (Podemos), em sua intervenção no dia 28 de novembro de 2024. O que ele apresentou é de arrepiar:

R$ 10,2 bilhões cortados da educação;
R$ 11,9 bilhões retirados do aumento do salário mínimo;
R$ 7 bilhões em cortes nos programas sociais;
Readequação do abono salarial, só a partir de 2027, para esconder o impacto imediato.
O único corte que me pareceu correto foi o de R$ 14,4 bilhões em emendas impositivas. Mas, mesmo assim, Haddad ignorou cortes em gastos de luxo, despesas de viagem e na compra do avião presidencial.

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08 de novembro de 2024
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“Se você tem algo a dizer, o silêncio é uma mentira.”
Essa frase, do psicólogo canadense Jordan Peterson, foi trazida à tona em uma palestra do professor de neurociência Pedro Calabrez, que assisti recentemente. Ele destacou como essa ideia se aplica a muitas áreas de nossas vidas.

Para o Dr. Pedro, “calar-se” vai além do silêncio verbal. Ele acredita que, quando temos projetos ou sonhos e deixamos de colocá-los em prática, estamos calando algo essencial dentro de nós. Ao se calar, você se coloca em segundo plano.

Há conversas difíceis que precisam ser enfrentadas. Ignorá-las pode fazer você perder espaço e, até mesmo, permitir que as pessoas ultrapassem os limites do respeito com você.

Muitas vezes, profissionais incríveis, conscientes, competentes e que entregam resultados são deixados para trás porque têm dificuldade em defender seus próprios interesses. É nesse momento que os oportunistas surgem. Eles aproveitam seu silêncio para se projetar, muitas vezes pisando em você para parecerem maiores.

Uma coisa que aprendi recentemente, ouvindo uma palestra incrível e aprofundando-me em algumas leituras, é que a maior parte do ódio que você atrai não é por seus defeitos, mas por suas virtudes. Isso significa que pessoas ressentidas tentarão diminuir o valor das suas realizações e silenciá-lo.

Quando você cala seus sonhos e projetos, ou não dá visibilidade aos seus feitos, você está calando algo essencial e construindo dentro de si uma mentira.

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18 de outubro de 2024
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Era uma vez, em um reino chamado Grande Farol, onde a política era tão complicada quanto os labirintos encantados dos contos de fadas. O reino, dividido em diversas províncias, tinha dois reis: Rei Netto e Rei Geron. No entanto, um novo tempo se aproximava, e rumores de mudanças circulavam nos quatro ventos.

Dois personagens importantes nesse jogo político eram Lorde Belmor e Sir Matlus. Lorde Belmor, comandante de Farol do Sul, que já tinha lutado em batalhas passadas, sempre foi respeitado por suas vitórias. No entanto, ele agora enfrentava um novo adversário, mais jovem e com uma presença forte: Sir Matlus, escolhido diretamente pelo próprio Rei Netto para ser co-comandante da importante província.

As rodas da política estavam girando mais rápido do que a carruagem de ouro dos monarcas rivais. Havia sussurros nos corredores dos castelos sobre o fato de que Lorde Belmor, apesar da amizade duradoura com Sir Matlus, nunca escolheria o amigo como co-comandante, mas ele não teve escolha. A verdade é que o Rei Netto havia tomado a decisão por ele. Sir Matlus seria seu vice, alguém que o próprio Belmor temia, pois Matlus tinha uma força carismática que não deveria ser subestimada. Nos corredores, as opiniões se dividem e uma boa parte dos cortesãos entende que o temor de Belmor reside em zelo pela amizade, que poderá ser abalada pelos ventos do acaso.

Num dia nublado, reunidos em segredo na Floresta das Palavras, Lady Kiara e Sir Érick, o Bardo, dois sábios conselheiros do reino, discutiam o futuro de Primar do Sul.

— Vai cair no colo de Sir Matlus — disse Lady Kiara, observando os acontecimentos.
— Ele vai enterrar Lorde Belmor — respondeu Sir Érick, o Bardo, já prevendo as consequências.
— Sabia que Sir Matlus foi escolhido exatamente por estar no mesmo facção do Rei Netto? — completou Sir Érick.

Lady Kiara riu com um brilho nos olhos:
— Precisamos criar uma confraria dos loucos! Seríamos como os guardiões dos segredos e da política de Farol do Sul, sempre debatendo o destino do reino.
— Concordo, mas em Farol do Sul, só nós dois somos loucos o bastante — Sir Érick sorriu, com uma pitada de humor.

Enquanto eles conversavam, o cenário político se desenrolava. O Rei Geron, governante rival do Rei Netto, havia traçado um plano astuto. Ele sabia que Lorde Belmor estava enfraquecido, com problemas em sua gestão que poderiam ser usados contra ele. Geron, usando as cartas do Conselho Mágico e da Guarda Real, pretendia cooptar Lorde Belmor para seu lado e, assim, promover o rompimento com Rei Netto.

— Ele vai trair o Rei Netto — afirmou Sir Érick com convicção.
— Isso não será difícil, pois só Geron tem influência em esferas que poderão mantê-lo no cargo — concordou Lady Kiara, conhecendo o caráter estratégico e as dificuldades em torno de Lorde Belmor.

Os dias que haviam de vir, apontava que o destino do reino se tornaria cada vez mais imprevisível. Sir Matlus, com sua força e presença, estava preparado, mas a roda da política estava se movendo, e as alianças e articulações se desenrolavam como em um jogo de xadrez, onde cada peça movida mudava o rumo de Farol do Sul.

No fim, o reino aprenderia que, por mais complexas que sejam as estratégias políticas, o verdadeiro poder reside na habilidade de adaptação e na coragem de tomar decisões difíceis. E assim, as histórias de Lorde Belmor, Sir Matlus e dos Reis Netto e Geron serão lembradas por muitos anos, ecoando nos ventos encantados do reino.

E quem sabe, um dia, a “Confraria dos Loucos” realmente se reuniria para discutir o futuro de Farol do Sul e seus jogos políticos mágicos.

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06 de junho de 2024
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Por: Kátia Armini/Contrastes

Tá rolando uma treta forte em Teixeira de Freitas. Dá até para fazer uma poesia por enumeração. Quando a gente pergunta quem será o próximo prefeito, a imensa maioria fala que o atual, Marcelo Belitardo, vai se reeleger. Só que quando perguntamos a essas mesmas pessoas se elas vão votar nele, a resposta é um enfático “Deus me livre”. Ou seja, essa imensa maioria da imensa maioria rejeita esse desfecho ou será que é só teatro?

Em segundo lugar, apesar das várias “pesquisas” divulgadas por cada candidato, o povo entende que Uldurico Júnior está em segundo e a pesquisa do Governo Estadual também aponta para este quadro. Eu, a bem da verdade, não entendo muito de política, mas se a “imensa maioria da imensa maioria” está insatisfeita com o primeiro lugar, onde irão desaguar seus votos?

Ainda meditando a esse respeito, lembrei do embate entre Paulo Souto e Jaques Wagner pelo Governo do Estado. Na época, ninguém cogitava a vitória de Jaques Wagner. Todos, ou melhor, a imensa maioria (mais uma vez), apostava em Paulo Souto. Isso quer dizer que a maioria da grande maioria acreditava na vitória de Souto, mas estava insatisfeita com a hegemonia do grupo que dominava a Bahia na época. O resultado foi uma super surra sofrida por Paulo Souto no Extremo Sul.

O cenário não é totalmente igual, mas nos leva a questionar a diferença entre o povo achar que o prefeito vai ganhar e a vitória realmente acontecer. Basta o segundo lugar mostrar virtudes para arrebatar muitos votos, principalmente da periferia insatisfeita, já que a saúde pública é o ponto fraco da atual administração e a maior necessidade dos menos favorecidos.

Por falar em saúde, meu baixo poder dedutivo fica a pensar: Se o prefeito resolver investir tudo na saúde aos 45 minutos do segundo tempo, o mérito vai para a prefeitura ou para o governo do Estado? Será que o povo vai pensar: “Olha que bom, o prefeito está melhorando a saúde” ou vai pensar: “Olha que maravilha, graças ao governador, que inaugurou o Hospital Estadual, a saúde melhorou”. É, pessoal, nada como um jogo bem jogado. Estou ansiosa para assistir às cenas dos próximos capítulos.

E por falar em saudade…

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03 de junho de 2024
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Foto e montagem: Politicalivre

Sabe aquela música “Você não entende nada”? Acho que é da Daniela Mercury. Ou será do Caetano Veloso? Peraí, a Gal Costa também cantou… Putz, isso ficou mais confuso que a política de Teixeira. Pensando bem, a política de Teixeira tá pior. Pelo menos, no caso da música, todo mundo concorda que é boa. Mas na política de Teixeira, “Sei lá, você entende?”

Vamos começar pelas pesquisas kkkkk. É de morrer de rir. O problema não é quem está em primeiro, porque todo mundo sabe que é o prefeito. Mas o segundo lugar kkkk é hilário demais. Ouvi falar – e deve ser fofoca, ou melhor, fake news – que um dos candidatos ou candidatas esteve em Salvador reivindicando o segundo lugar. Segundo essas informações, que não são nada confiáveis (porque hoje em dia a moda é criar narrativas e o povo engoliu tanta mentira que qualquer coisa que falarem parece que vai colar), o governo teria mostrado uma pesquisa que diz exatamente o contrário. Agora, isso não é exclusividade desse ou dessa candidata. Toda hora aparece alguém querendo ser o segundo lugar.

Quanto a mim, só posso falar da última vez que vi uma pesquisa, e já faz muito tempo: o prefeito em primeiro, Uldurico Junior em segundo, Cel França em terceiro, e acho que Eujácio em quarto… mas isso foi há séculos. Política muda mais rápido que tendência de internet. O cenário pode estar completamente diferente agora.

E você, leitor, tá sabendo de alguma coisa? Quem será o próximo prefeito de Teixeira de Freitas?

(OBS: a forma coloquial de escrita é intencional)

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